Velocidade da marcha: indefinida.
Tom de voz: agressivo.
Pressa.
Atos revirados, exageros. Mas assim parece pedir a contra-marcha da vida. Contra as vontades, contra a energia. Amarrações impossibilitando os movimentos: esperar a verba, encontrar formas possíveis, tempo.
De alguma forma, por algum motivo, estamos aqui. Quais são estes? Não me parece que estamos à altura de responder. Talvez mais altos, talvez mais baixos, talvez tamanho não seja a medida. Mas estamos. Estar. Parece-me que outro verbo pede o encontro com o anterior: se entregar. Ao que estamos, nos entregamos. Exatamente ao que, não sabemos.
Se entregar, como quem agarrado forte no que deseja, cai no mais profundo abismo. Como quem não sabe, mas intui. Buscar a intensidade. Mas saber conjugá-la com outras intensidades, com outros. Mas estamos todos entregues? Metade do corpo aqui, metade lá. Ora trabalho, ora lazer. A forma de ganhar dinheiro. Ganhar a vida. Me encontro em outro posto: nunca ganhei a vida: sempre fui pegá-la. E ela escapa. As vezes, ironicamente, vem dócil, para depois, fugia, ir adiante, como quem dissesse: “vem! A vida é isso: não é. Siga a busca.” Justamente, ela não é. Nessas quatro letras cabe o mundo, cabem todas as experiências, todos os seres.
Agressividade. É o que nos faz pensar, uma agressão do mundo, o estranho, a dúvida. O tapa na cara que levamos toda vez que olhamos adiante. Mas há de ficarmos fortes, e este tapa, se tornará uma carícia. Mas enquanto isso não chega, é o momento da batalha, a emergência da luta: contra nossas limitações, as da sociedade, as do outro. Agressividade não como violência, mas como ação ofensiva, a postos, adiante. Existe a espera, mas esta se dá em movimento, como quem andando, espera chegar. Andamos, corremos, saltamos, caímos, levantamos, rolamos, suamos, cantamos, dançamos, seguimos: não necessariamente em linha reta, necessariamente com rota definida, mas seguimos.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
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