sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Danço porque não suporto a estrutura

Sei cá

Azul da cor do sol.
Como a cor do ar, que sopra em direção a lua, enquanto ela para.
Parada como o coração.
O sangue que circula, em linha, movente.
Os olhos que vêem, entre a pele que sofre.
Entre o sentido que grita.
Que sorri, ao ver o sol.
Quem sabe a chuva.
Que sentem o vento, como a lua, mas não param, se fecham,
Porque só a lua é forte para suportar o vento, parada.

Fazendo

A empolgação que se faz fazendo. O feito que se fez repetindo. Repetindo, repetindo, até ficar diferente. A diferença que se percebe na sensibilidade, exercitada na repetição. Tudo se repete e não se repete.

Caminhamos todos os dias, mas nunca pelos mesmos lugares. Porque mesmo que seja o mesmo nome de rua, ela já mudou de um dia para o outro, de um segundo para o outro.

Assim é com o corpo. Assim é conosco. Assim é. Mas perceber essa diferença é um exercício de repetição. Só passando muitas vezes pela mesma rua, para poder conhecê-la tão bem, que possa se perceber o que mudou, de um dia para o outro, de um momento para o outro.

Quando se sente empolgado com uma coisa que você já fez muitas vezes, pode ser porque agora percebe diferença, fruto do fazer. Isso se for algo que se faz por vontade por desejo. Isso é estudo. O ser que não desiste ante as primeiras dificuldades, que se permite tentar, errar e acertar num fazer, qualquer que seja, corre o risco de descobrir neste fazer coisas que os demais nem se quer imaginam.